RPM

Rock

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foto de RPM
Revoluções por Minuto (também conhecida somente por RPM) é um grupo de rock brasileiro surgido em 1985, tendo sido um dos mais populares do país nos anos de 1986 e 1987. É um dos grupos mais bem sucedidos da história da música brasileira. Na segunda metade dos anos 80, conseguiram bater todos os recordes de vendagens da industria fonográfica brasileira. A suposta visão crítica e bagagem cultural do letrista Paulo Ricardo foi um argumento de marketing na vendagem dos discos da banda. A banda vendeu mais de 3 milhões de discos em sua carreira. Tudo começou em 1976, em São Paulo, Brasil quando Paulo Ricardo namorava Eloá, que morava em frente à casa onde Luiz Schiavon ensaiava com May East. O casal resolveu um dia visitar os vizinhos, que estavam num ensaio crucial que decidiam entre cantar em inglês ou português. Paulo Ricardo deu seu voto, opinando pelas letras em português e assim conheceu Luiz Schiavon. Neste dia conversaram muito sobre música. Paulo estava começando sua carreira como crítico musical e Schiavon era um pianista clássico, que buscava um novo caminho, mais popular, mas sentiu dificuldade em encontrar alguém. Foi assim que Paulo recebeu o convite para integrar o "Aura", uma banda de jazz-rock que ainda tinha Paulinho Valenza na bateria. Depois de três anos de ensaios e nenhum show, Luiz encantou-se pela música eletrônica e pela tecnologia de novos sintetizadores, enquanto Paulo decidiu morar na Europa – primeiro na França e depois em Londres, de onde escrevia sobre novidades musicais para a revista Somtrês e se correspondia com freqüência com Schiavon. Este choque de personalidades impulsionou a criação do RPM depois que o trabalho da dupla foi retomado em fins de 1983, já em São Paulo. Juntos, criaram as primeiras canções. As primeiras foram "Olhar 43", "A Cruz e A Espada" e a música que batizara a banda que ali nascia: "Revoluções por Minuto". Gravaram uma fita demo destas músicas com uma bateria eletrônica e encaminharam à gravadora CBS, que considerou-as ambíguas e difíceis de tocar nas rádios. O nome 45 RPM (45 rotações por minuto) foi sugerido inicialmente em uma lista de nomes feita por uma amiga. Schiavon e Paulo gostaram do nome, mas tiraram o 45 e mudaram o Rotações por Revoluções. Convidaram o guitarrista Fernando Deluqui (ex-guitarrista da cantora May East, ex-integrante da Gang 90 e as Absurdettes) e o baterista Charles Gavin (ex-Ira!, futuro baterista dos Titãs) para completar o grupo. Já batizados de RPM, conseguiram um contrato com a gravadora Sony Music, com o compacto de 1984, que viria com as faixas "Louras Geladas" (a música virou um hit das danceterias e das paradas de sucesso das rádios) e "Revoluções por Minuto" (que foi censurada na época). "Louras Geladas" caiu no gosto do público de todo o país e levou a banda a gravar o seu álbum de estréia, já com o baterista Paulo P.A. Pagni (ex-Patife Band), que entrou para o RPM como convidado, no meio da gravação do LP, o que explica a sua ausência na capa do disco "Revoluções Por Minuto". Charles Gavin havia saído do grupo para se integrar aos Titãs. 1985: Revoluções por Minuto No mês de maio chega às lojas Revoluções Por Minuto, no vácuo de um país ainda perplexo com a morte de Tancredo Neves. O misto de paixão platônica e pretensa declaração de amor de "Olhar 43" emplaca nas rádios e abre caminho para que outras faixas, mais politizadas e/ou conceituais, façam o mesmo. As faixas do disco tratam também de temas como política internacional e transformações sócio-econômicas. As músicas são marcadas pela forte presença da bateria eletrônica e pelo clima soturno dos arranjos de Luiz Schiavon. O sucesso do álbum é tanto que o RPM emplaca rapidamente uma seqüência de hits no rádio (oito entre as onze faixas do álbum) e chega à marca de 100.000 LPs vendidos (disco de ouro). Revoluções por Minuto chegou a vender 300 mil cópias. 1986: Rádio Pirata Ao Vivo Logo depois dos primeiros shows de divulgação, o RPM fecha contrato com o megaempresário Manoel Poladian, que procurava uma banda em ascensão no rock brasileiro para o seu elenco de artistas platinados de MPB. Os costumeiros palcos das danceterias são trocados por uma megaprodução, com direito a Ney Matogrosso assinando luz e direção, canhões de raio laser e multidões espremidas em ginásios e estádios. A esta altura, Paulo Ricardo já é sex symbol: estampa diversas capas de revistas e enloquece garotas histéricas. Sem “futuros hits” na manga e para manter a banda em alta, Poladian, músicos e gravadora lançam em julho de 1986, um novo álbum, com parte do registro de dois shows da histórica turnê. O repertório de Rádio Pirata Ao Vivo traz quatro gravações inéditas (sendo duas covers) e cinco faixas de Revoluções Por Minuto. Com a ajuda dos preços congelados do Plano Cruzado, 500 mil cópias são vendidas antecipadamente. As vendas de Rádio Pirata Ao Vivo disparam e chegam a 2,2 milhões. O RPM transforma-se na banda de maior vendagem da indústria fonográfica nacional até então. Porém, o vocalista Paulo Ricardo passou a ser conhecido apenas como "sex symbol" e procurado e visto por jornalistas e fãs como se fosse modelo e não músico. 1987: A primeira Separação Mesmo com todo o sucesso no Brasil e em países como França e Portugal, a banda, que inclusive ganhou uma edição especial do Globo Repórter em 1986, passava por uma situação difícil. Em junho, houve o lançamento oficial de um disco mix, intitulado RPM & Milton, com a participação do cantor Milton Nascimento. O fracasso do projeto RPM Discos, um selo próprio do grupo, acabou causando conflitos entre seus integrantes. Chegou-se a produzir um LP com o grupo paulista Cabine C (liderado pelo ex-titã Ciro Pessoa), que prensado e distribuído pela RCA, foi um grande fracasso comercial. Ainda em 1987, Paulo Ricardo, Fernando, Schavion e P.A. anunciaram a separação oficial do grupo. 1988: Quatro Coiotes O grupo retomou as atividades em 1988, com o álbum "RPM" (mais conhecido como Quatro Coiotes), com uma tiragem inicial de 250 mil cópias. Na gravadora, o RPM ainda tinha destaque, pois chegara a empatar com Roberto Carlos em termos de vendagem, ainda a maior fonte de receita da empresa. Houve uma grande divulgação na época: em algumas rádios o disco chegou a ser executado por inteiro em meio à programação. Separados há mais de seis meses, a banda ressurgia aparentemente mais amadurecida, com um disco basicamente com base na percussão (do brasileiro Paulinho da Costa, radicado nos EUA). O som é estritamente alto, com o instrumental sobrepondo-se às letras (todas, exceto "Ponto de Fuga", de Paulo Ricardo). Destacam-se também o erotismo de A Dália Negra e também a critica social de O Teu Futuro Espelha Essa Grandeza, com participação de Bezerra da Silva. O disco contou com tiragem inicial de 250 mil cópias (na época, disco de platina), que foram bem vendidas. Apesar disso, o número era um fracasso para os padrões do RPM, que se separa novamente. Não se sabe a ocasião, mas o grupo ainda viria a realizar a regravação de "A página do relâmpago elétrico", de Ronaldo Bastos, em 1989. 1993: Paulo Ricardo & RPM Apesar de não contar com o tecladista Luiz Schiavon e com o baterista Paulo P.A. Pagni, este disco é considerado por muitos como o terceiro disco de estúdio da banda. Com Paulo Ricardo (voz e baixo), Fernando Deluqui (guitarras), Marquinho Costa (bateria) e Franco Júnior (teclados), este é o disco mais pesado da banda. Sem a influência de Schiavon a banda aposta em guitarras pesadas e solos bem construídos por Deluqui. O disco, mesmo apresentando excelente qualidade musical, não refletiu o sucesso nos palcos e nas vendas. Muitas bandas do rock brasileiro dos anos 80 caíram no ostracismo, principalmente com o fenômeno da música sertaneja e do axé music. Após a malfadada turnê do disco, Paulo e Fernando resolveram seguir caminhos diferentes. O guitarrista gravaria um disco solo e, em 1995, tocaria com os Engenheiros do Hawaii. Paulo Ricardo, por sua vez, trilharia os caminhos da MPB. 2002: MTV RPM 2002 Em 2001, os quatro músicos do RPM se encontraram novamente para ensaiar, sem maiores pretensões, os antigos sucessos. Percebendo o entrosamento perfeito e a vontade de todos de estarem juntos novamente nos palcos, deram início ao retorno do RPM, inclusive com o retorno do empresário Manoel Poladian, considerado o "quinto coiote". Em 2001 é lançado o single "Vida Real", um cover da música "Leef" do Holandês Han van Eijk, o tema oficial da primeira edição do mundo do reality show Big Brother, que foi escolhido como tema de abertura da edição brasileira do mesmo. A banda voltou à mídia com o CD e DVD MTV RPM 2002, gravado no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, nos dias 26 e 27 de março de 2002. Além dos grandes sucessos, a banda apresenta canções inéditas, como Carbono 14, Rainha, Vem Pra Mim e Onde Está o Meu Amor (gravada em estúdio e incluída na trilha sonora da novela Esperança, da Rede Globo). Destacam-se também as participações do músico pernambucano Otto, no instrumental Naja (incluído apenas no DVD); de Roberto Frejat, do Barão Vermelho, na regravação de Exagerado, sucesso de Cazuza; e a participação virtual de Renato Russo na canção A Cruz e a Espada. Em 2003, novamente com a MTV, participaram do projeto Luau MTV. 2003: Nova separação O grupo, com o sucesso do projeto da MTV, começou então uma nova turnê por todo o Brasil, que não durou muito tempo. Especulações dizem que a banda se separou após os outros integrantes descobrirem que Paulo Ricardo havia registrado todos os direitos em seu nome, iniciando uma disputa judicial pela marca RPM. Outros dizem que houve divergências quanto à sonoridade da banda. Anda nessa época seria lançado um novo CD do RPM, porém, com as divergências quanto a banda, o projeto foi abandonado. Luiz Schiavon e Fernando Deluqui, juntamente com André Lazzarotto, lancaram o álbum LS&D (Viagem na Realidade) (2000 mil cópias foram lançadas). A música "Madrigal", que foi tema de abertura da telenovela Cabocla, foi bem executada. Paulo Ricardo e o baterista Paulo P.A. Pagni formaram a banda PR.5. Mesmo com o fracasso do cd Zum Zum, Paulo Ricardo lançou a música Eu Quero Te Levar. Paulo Ricardo lançou em 2006 o CD e DVD Acoustic Live, com covers de clássicos internacionais, como "Beautiful Girl" (INXS) e "Love Me Tender" (Elvis Presley). Nesse mesmo ano, no segundo semestre Paulo Ricardo, P.A e Luiz Schiavon tocaram juntos no programa Domingão do Faustão, um encontro memorável que relembrou grandes sucessos da banda RPM. 2007: A volta Em 2007, Paulo lança o CD Prisma, com uma pegada pop rock com as faixas "Diz" e "A Chegada", contando com os membros do PR.5 como músicos de apoio, inclusive o baterista Paulo P.A. Pagni e a participação de Luiz Schiavon na música "O dia D, A hora H". Ainda em 2007, o grupo RPM tocou junto com todos os seus integrantes em São Paulo, com grande sucesso. A banda anunciou o lançamento de uma caixa com os 3 primeiros álbuns da banda e mais um CD com remixes, covers e faixas não lançadas, junto com o DVD Rádio Pirata - O Show, contendo o registro de um show realizado em Dezembro de 1986, em São Paulo, filmado pela Rede Globo. Enquanto todos esperam o lançamento oficial, Paulo Ricardo, Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e Paulo P.A. Pagni andam tocando juntos. Mais um retorno do banda RPM acontece em 2011 com o lançamento de um aguardado album de inéditas.

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