Moacyr Luz

Samba

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foto de Moacyr Luz
O carioca Moacyr Luz é tido como um dos grandes compositores de samba da atualidade. Em 20 anos de carreira e aos 43 de idade, acumulou mais de uma centena de composições gravadas por intérpretes como Nana Caymmi, Maria Bethânia, Fafá de Belém, Leila Pinheiro, Fátima Guedes, Rosa Passos e Leny Andrade, entre outros. Sua obra-prima, ‘Saudades da Guanabara’– gravada por Beth Carvalho em 1989 – foi adotada pelos cariocas como um dos hinos não-oficiais do Rio de Janeiro. Moacyr Luz perdeu o pai aos 15 anos e começou a tocar violão para afastar a saudade. Seu primeiro parceiro de cordas foi o guitarrista e violonista Hélio Delmiro, de quem sofreu grande influência no início de sua formação musical. O próprio Moacyr declarou numa entrevista: "Hélio Delmiro me fez ficar atento à forma da música e Aldir Blanc me deu consciência das palavras’. A princípio, seu desejo era ser apenas instrumentista. Porém, a convivência com os sambistas, nos botequins cariocas, tornou-lhe apaixonado pelo samba. Sobre seu envolvimento com o samba, diz o compositor: ‘Não me meto a ser partideiro, não faço segunda parte para se versar. Faço o que está ao meu alcance’. Moacyr Luz costuma dizer que pediu socorro ao samba porque a música brasileira andava ‘muito sushi, muito água mineral com gás’. Seu parceiro mais constante é o letrista Aldir Blanc, com quem contabiliza mais de 150 composições. A parceria com Aldir começa em 1984, com ‘A Tua Sombra’ – gravado no disco de estréia – e seguiu com ‘Mico Preto’ (que virou tema de novela na voz de Gilberto Gil), ‘O Mar no Maracanã’, ‘Anjo da Velha Guarda’, ‘A Cereja e o Vermute’, ‘Medalha de São Jorge’, 'Pra quê pedir perdão?', ‘Paris: de Santos Dumont aos Travestis’, ‘Coração do Agreste’ (que ganhou o Prêmio Sharp de melhor canção de 1989), entre tantas outras pérolas, muitas das quais já integradas ao repertório básico das rodas de samba do Rio de Janeiro. Seu disco de Estréia, ‘Moacyr Luz’, lançado em 1988 e relançado em CD em 1999, contou com a participação do violonista Raphael Rabelo e revelou a parceria promissora da dupla Moacyr Luz-Aldir Blanc. ‘Vitória da ilusão’, o segundo, de 1995, comemora dez anos dessa parceria com Aldir e reúne um quarteto de cordas, um grupo de percussão africana e as Pastoras da Portela. O terceiro, ‘Mandingueiro’, lançado em 1998, conquistou rasgados elogios da crítica e trouxe algumas boas parcerias com Nei Lopes e Paulo César Pinheiro. O quarto e mais recente disco, ‘Na Galeria’, de 2001, é uma releitura de sambas dos mestres que pautaram sua obra, como Cartola (‘Ao Amanhecer’), Noel Rosa (‘Cidade Mulher’) e Paulinho da Viola (‘Retiro’), entre outros. Sobre ‘Na Galeria’, pondera Moacyr: ‘Pensei no nome como síntese de uma beleza guardada. A idéia do CD é resgatar. Mostrar o sentido da nossa música quando ainda era a musica que acordou João Gilberto; a música que Noel Rosa pensou a palavra, que Pixinguinha e Candeia deram a cor brasileira. Precisava saldar uma divida da parte da vida que passei entre harmonias e conclusões sonoras’. Luís Fernando Veríssimo escreveu sobre ‘Na Galeria’: Tenho algumas boas lembranças musicais. Vi Charlie Parker e Dizzi Gillespie tocando juntos no velho Birdland. Vi Miles Davis no tempo em que ele e a banda ainda usavam fatiotas da Brooks Brothers. Vi também a Silvinha Telles no Beco das Garrafas e a Elizete Cardoso no Cangaceiro. E uma noite, bebendo cerveja e comendo pastel de bacalhau no bar da dona Maria, vi o Moacyr Luz e o Aldir Blanc cantando durante horas. Este disco me trouxe de volta aquela emoção. A Voz do Moacyr consegue ser contemporânea e evocativa ao mesmo tempo, e sua homenagem a esta galeria inclui algumas audácias: só o Moacyr para transformar o ‘Ao Amanhecer’, do Cartola, numa espécie de canto hondo suburbano. Maravilha . Só senti falta do pastel de Bacalhau. A aproximação cada vez maior com o samba rendeu-lhe, entre outras alegrias, a produção dos CDs de estréia de Casquinha e Guilherme de Brito. Discos de carreira Moacyr Luz (1988) – Independente Vitória da Ilusão (1995) – Caju Music Mandingueiro (1998) – Dabliú Na Galeria (2001) – Lua Discos Participação Especial Pirajá: Esquina Carioca – Uma Noite com a Raiz do Samba (1999) – Dabliú, ao lado de João Nogueira, Dona Ivone Lara, Luiz Carlos da Vila, Beth Carvalho e Walter Alfaiate.

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