Naissius

Indie

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foto de Naissius
De tempos em tempos, a música brasileira apresenta discos difíceis de serem rotulados. A mistura de diferentes estilos, instrumentos e sonoridades tira nossos ouvidos de uma zona de conforto e desafia críticos e público a definirem uma obra. Síndrome do Pânico, disco de estreia do compositor Naissius, é um desses discos. Naissius, por Mariana Caldas. Naissius é o pseudônimo do músico Vinícius Lepore. Aos 27 anos, Vinícius lança seu primeiro disco solo depois de viver diferentes experiências no mundo da música. Nascido em Jundiaí e radicado em São Paulo desde 2007, o músico entrou na cena underground paulistana no mesmo ano, quando passou a fazer seus primeiros shows com o quarteto de garage rock Limousine Drivers, banda com a qual lançou três EPs entre 2009 e 2011. O primeiro deles, Watch Your Wishes, teve produção de Chuck Hipolitho (Vespas Mandarinas/ex-Forgotten Boys) e a participação da atriz Debora Falabella na faixa “My Spanish Girl”. Após o término da banda, Vinícius passou a trabalhar nos bastidores da música em suas mais diversas vertentes. Convivendo com músicos de diferentes gêneros e nacionalidades, a vontade de retornar aos palcos e ao estúdio resultou nas nove faixas presentes em seu disco de estreia. Produzido por Raphael Bertazi, responsável por uma série de mash-ups que lhe renderam elogios de Caetano Veloso a David Byrne, Síndrome do Pânico mostra em aproximadamente meia hora experimentações sonoras diversas. O disco abre com o suspense crescente de “4 Dias” e ganha peso nas guitarras de “Estrela de Cinema Mudo”; mostra referências nacionais como o forró em “Outro Par”, o samba-rock “Chega” e a MPB tradicional em “Villazón”. Samples se misturam a violões, percussões e efeitos nas músicas “Ditadura à Bolognesa” e “Bolacha & Café” – essa com a participação do músico China tocando xilofone. Apesar da sonoridade rica, são as letras de Vinícius que dão coesão à obra. Num tom confessional, surgem diferentes sentimentos, explicitados ou às vezes codificados pelo excesso de sinceridade, que nada mais são que representações de situações do dia a dia, aquelas ignoradas propositalmente até o ponto em que explodem, seja num solo de guitarra ou no som de crianças correndo. A estreia do músico é, assim como seu pseudônimo, de um som estranho, porém fácil de lembrar. “Síndrome do Pânico” foi pensado e produzido como um disco corajoso, desses que as pessoas podem escutar sozinhas, quando querem recuperar as forças ou perdê-las de vez. Naissius canta sobre erros como quem está aprendendo a conviver com eles na frente de todos.

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