Sacred Reich

Heavy Metal

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foto de Sacred Reich
A banda Sacred Reich foi formada em Phoenix (Arizona/EUA) em 1985 pelo vocalista Dan, o baixista Phil Rind, o batera Greg Hall e os guitarristas Jeff Martinek e Jason Rainey. Marcada pelo sarcasmo que começa no nome (Sacred Reich é algo como "reino sagrado"), a banda traz letras que falam sobre temas polêmicos e consciência política, sempre com uma dose de ironia. Rainey também faz algumas ilustrações cômicas da banda. Em 85, Phil Rind substitui o vocalista Dan que acabava de ficar doente e a banda grava sua primeira demo, chamada "Draining You Of Life", com as músicas "Draining You Of Life", "Rest In Peace", "Sacred Reich" e "No Believers". No ano seguinte, o Sacred Reich participa de uma coletânea "Metal Massacre VIII". Wiley Arnnet substitui Jeff na guitarra e em 87 Brian Slagel, diretor executivo da Metalblade Records (Alice Cooper, Cannibal Corpse, D.R.I., Fates Warning, Armored Saint, Slayer, Destruction) assina com a banda para produzir o álbum de estréia. "Ignorance" é lançado no mesmo ano. O primeiro álbum, bem cru, teve uma levada hardcore sem perder as raízes thrash e letras que falavam de racismo, guerra e dominação e alienação política. Esse álbum teve produção de Bill Metoyer que já trabalhou com bandas como Armored Saint, Corrosion Of Conformity, D.R.I., Fates Warning, Flotsam & Jetsam, Slayer, Touniquet e WASP. As fotografias são de Michael Richards (que, curiosamente, já foi baterista de várias bandas de reggae, inclusive de Jimmy Cliff, The Heptones e The Wailers Band) e as ilustrações são de Paul Stottler, que mais tarde faria também as capas de "Surf Nicaragua", " Independent" e "Still Ignorant". Já em 88 a banda lança o EP "Surf Nicaragua", novamente pela Metalblade Records. O EP trazia uma cover de "War Pigs" do Black Sabbath, influência declarada da banda, e versões ao vivo das músicas "Ignorance" e "Death Squad" do álbum "Ignorance", de 87. As letras das músicas continuam falando basicamente de intolerâncias e racismo. A faixa título do álbum, no estilo humor-negro, fala de jovens americanos forçados a combater na Nicarágua numa guerrilha secreta financiada pela CIA contra o governo nacionalista. Novamente produzido por Bill Metoyer, traz design assinado por Wendy Kramer, que no mesmo ano fez também a capa de "Saints Will Conquer " (88) do Armored Saint. Com melhor produção que o álbum anterior, a banda consegue maior divulgação dentro do meio nos EUA e entra em tour. "The American Way", o próximo álbum da banda, é lançado em 90 pela Hollywood Records. Nesse momento, o Sacred Reich já tinha deixado de ser considerado apenas mais uma banda de thrash porque suas letras eram inteligentes, sem cair no lugar comum dos temas de que outras milhares de bandas também falavam. Destruição ambiental, o apartheid da África do Sul e as hipocrisias da sociedade americana são alguns deles. Porém, o Sacred Reich abordou temas até então novos, como o suicídio de adolescentes e a teórica culpa da música que ouviam ao invés de negligência paternal e problemas sociais que eles enfrentavam. Tanto que o título original do álbum era "Crimes Against Humanity", depois mudado para "The American Way". Fica clara nesse álbum a influência do rap na música da banda em uma época em que radicalismo era a palavra de ordem. O Sacred Reich não teve medo, e "The American Way" é considerado hoje por fãs da banda como a melhor época do Sacred Reich. No ano seguinte, 91, é lançado mais um EP, "A Question" pelo selo Hollywood. Em 92 o Sacred Reich participa de "Leatherface: Texas Chainsaw Massacre 3", um álbum de trilha sonora do filme "O Massacre da Serra Elétrica", com a música "One Nation" do EP "Surf Nicaragua". Dessa coletânea também participa a banda Death Angel, com a música "Bored". A arte gráfica da capa ficou com Lisa Sutton, que mais tarde, em 99, faria o design do álbum "Fetish" de Joan Jett. Depois da gravação, o baterista Greg Hall deixa o Sacred Reich e começa a se dedicar a uma banda chamada Barstool Prophets de rock-pop, na qual participa de apenas um álbum chamado "Crank", em 95. Dave McClain entra no Sacred Reich em seu lugar. O próximo álbum, "Independent", é lançado em 93, novamente pela Hollywood. O engenheiro é Bryan Carlstrom, que já trabalhou com as bandas Alice In Chains, Anthrax, Armored Saint e Biohazard. As ilustrações são de John Dawson (que é também vocalista, guitarrista e gaitista de uma banda de country chamada The New Riders Of The Purple Sage) e as fotografias são de Kevin Estrada, que também fez as fotos dos álbuns "Decade of Aggression: Live" (91) do Slayer e "Roots" (96) do Sepultura. "Independent" acaba sendo votado o melhor álbum de 93 pelas rádios de metal dos Estados Unidos. A atividade da banda dá uma freada e somente em 95 o Sacred Reich vai participar de outra compilação. "Hempilation: Freedom is Normal" é uma compilação de músicas que têm como tema a maconha. Nela, o Sacred Reich faz um cover da música "Sweet Leaf" do Black Sabbath. Desse álbum participam também as bandas Cypress Hill com "I Wanna Get High"; The Black Crowes com um cover de "Rainy Day Women #12 & 35" do Bob Dylan; Blues Traveler com "I Want To Take You Higher"; Sublime com "Legalize It" do Peter Tosh; e Ziggy Marley & The Melody Makers (banda de reggae originalmente formada por quatro filhos de Bob Marley) com "In the Flow" de Bob. Mais tarde, em novembro de 98, seria lançado o segundo volume que contou com a banda Gov't Mule, entre outras. Em 96 é lançado "Heal", de volta à Metalblade Records. Considerado como a volta às origens da banda com o peso do thrash de novo nas músicas. Novamente produzido por Bill Metoyer, que também mixou o álbum. O design é de Brian J. Ames, que também faria depois a capa de "Still Ignorant", e que fez o design de todos os álbuns do Cannibal Corpse de 91 a 99; "Lightning to the Nations (81)" e "To Heaven from Hell" (97) do Diamond Head; "Still Life" (98) do Fates Warning; "Time" (94) e "Into the Unknown" (96) do Mercyful Fate; "Spider's Lullabye" (95), "Graveyard" (96) e as fotos de "Voodoo" (98) do King Diamond. As fotografias desse álbum são de Alex Solca (também "Still Ignorant"), que já fotografou King Diamond em "Conspiracy" (89), "Eye" (90) e "Dangerous Meeting" (92); o Slayer em "Decade of Aggression: Live" (91); Suicidal Tendencies em "Friends & Family" (97); Alice Cooper em "Fistful of Alice" (97); Grip Inc. em "Nemesis" (97); Fates Warning em "Still Life" (98); Danzig em "Satan's Child" (99); Steel Prophet em "Dark Hallucinations" (99) e Armored Saint em "Revelation" (2000). O batera Dave McClain sai da banda para se juntar ao Machine Head e volta Greg, o ex-baterista. Mais uma compilação na carreira da banda é lançada no ano seguinte, 97. Produzida por Brian Slagel, a compilação "Metalblade 15th Anniversary" teve mais uma vez design de capa de Brian J. Ames. O Sacred Reich participa com a música "Draining You of Life", comemorando o aniversário da gravadora com uma música do começo da banda. Esse álbum contou também com Armored Saint, Fates Warning, Mercyful Fate, GWAR, Cannibal Corpse e Flotsam & Jetsam. Ainda em 97, a banda lança "Still Ignorant", novamente pela Metalblade. O álbum, com 13 faixas, foi gravado ao vivo no show de Mason Jar, em Phoenix-Arizona e conta também com o cover do Sabbath na versão ao vivo. O álbum é o marco da volta do batera Greg Hall e da formação original do Sacred Reich. "Still Ignorant" foi masterizado por Tom Baker, conhecido por trabalhar com estilos totalmente diferentes que vão do jazz ao industrial e bandas como Babes in Toyland, Sugar Ray, Ice-T, Beastie Boys, Body Count, Marilyn Manson, Rob Zombie, Ministry, Nine Inch Nails, Mötley Crüe e Danzig. Produzido e mixado mais uma vez por Bill Metoyer. Em 98 a banda participa da compilação "Metalmeinster, Vol. 3" com a música "Surf Nicaragua" em versão ao vivo e que contou também com as bandas King Diamond, Cannibal Corpse, Mercyful Fate e Riot. Após esse período, o Sacred Reich baixa sua atividade novamente e hoje a situação da banda é indefinida. Mas Phil Rind já declarou no início de 2000 que pretende se dedicar à sua família daqui para frente. O Sacred Reich sem dúvida marcou o final dos anos 80 e início dos 90 como uma das bandas mais competentes do thrash norte-americano. E deixou sua influência para muitas bandas que vieram depois, com um estilo de humor inteligente, para fazerem as pessoas pensarem e saírem da apatia e da alienação política e social, sem soarem como moralistas ou até mesmo chatos. O Sacred Reich não chegou a lançar muitos álbuns, mas mesmo assim deixa sua marca na história do thrash. Para quem não conhece, vale a pena conferir o trabalho da banda. Por Fernanda Zorzetto http://whiplash.net/

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