Stray Cats

Rockabilly

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foto de Stray Cats
Brian Setzer era um garoto apaixonado pelo estilo dos anos 50, especialmente pelo rockabilly imortalizado por Eddie Cochran, Gene Vincent e tantos outros ídolos mortos, ou esquecidos. Brian tinha uma banda com seu irmão Gary e Bob Beecher chamada de The Bloodless Brothers, em 1979. Gary era baterista e Bob era o baixista. O nome foi logo alterado para Tom Cats, mas a formação original durou poucos meses, pois Brian quis fazer algo melhor e quando o pianista Ken Kinnaly entrou na banda, Brian deu adeus. Com a companhia de Leon Drucker (conhecido como Lee Rocker), no baixo, e James McDonnell (ou Slim Jim Phantom), na bateria, nascia o Stray Cats. Mas o som dos anos 50 estava devidamente morto na América e saída mais fácil foi pelo aeroporto, e no dia 19 de junho resolveram morar na Inglaterra, onde um movimento de rockabilly ressurgia com vigor. O grupo começou a tocar por Londres e mostrava uma grande presença de palco, sendo destaque o topete platinado de Brian, além de seu estilo preciso na guitarra. Fizeram tanto barulho que chamaram a atenção de Dave Edmunds, então uma lenda do meio e mentor da banda Rockpile. Edmund ficou amigo do trio e propôs trabalharem juntos. Exatos três meses depois de chegarem na Inglaterra, assinam um contrato com a Arista. No dia 29 do mesmo mês, abrem um show para Elvis Costello no Rainbow Theatre. Edmunds havia gostado muito do visual do trio, em especial de Setzer. Para ele, Brian era mais parecido com Eddie Cochran do que o próprio Eddie! "Quanto tempo você leva penteado seu topete?", perguntou, rindo, certa vez. E se o grupo tinha um bom apelo visual, possuía um apelo sonoro muito superior.A prova disso veio em fevereiro do de 1981, quando lançam o primeiro álbum intitulado somente como Stray Cats. Um disco clássico e que trazia três dos maiores hits da banda, "Runaway Boys", "Rock This Town" e "Stray Cat Strut". O disco fez bonito nas paradas de sucessos e alguns clips das canções mostravam toda o bom humor e a picardia do trio. “Runaway Boys” vira o primeiro compacto do disco e “Rock This Town”, o segundo e parece que os anos 50 estavam de volta. Vejam as letras das canções... No dia 16 de outubro, o grupo faz a primeira aparição em uma emissora de televisão dos Estados Unidos, no programa Friday, da ABC e tocam quatro músicas: “Baby Blue Eyes”, “Stray Cat Strut”, “Rock This Town” e “Runaway Boys” e causam uma excelente impressão por todo o país. Chegam ao cúmulo de serem chamados novos “filhos ingleses” de Elvis. Em novembro lançam o segundo disco, batizado de Gonna Ball, que ao contrário do álbum de estréia, teve uma recepção fria e críticas negativas. Mas se a crítica torce o nariz, o grupo é convidado pelos Rolling Stones para abrirem quatro shows em sua turnê pela América. O grupo já havia assinado um contrato com a EMI norte-americana no ano anterior, mas atendendo um pedido da nova casa em sua terra natal é editada uma coletânea dos dois primeiros discos chamada Built for Speed. O grupo começa a ser massivamente veiculado na MTV e os clips de “Rock This Town” e “Stray Cat Strut” viram um enorme sucesso e rapidamente a banda está entre os 10 mais no país. Finalmente o sucesso na América chegara e o grupo faz uma pequena excursão de 15 shows entre os meses de julho e setembro. Após três programas de televisão ainda em setembro, o grupo dá uma respirada para outra mini-maratona de 20 shows entre novembro e dezembro. Em 1983 é lançado um novo disco, Rant N' Rave With the Stray Cats, produzido novamente por Dave Edmunds e que rende mais dois clássicos instantâneos: "(She's) Sexy + 17," e "I Won't Stand in Your Way." Com dois discos novos na América passam o ano todo fazendo shows em cima de shows, pelos quatro cantos do país. Mas a vida na estrada nunca foi fácil e a tensão entre os membros começam a aparecer, seja pelo estresse ou por desentendimentos bobos. Brian é considerado um cara complicado de se lidar, temperamental e um tanto violento. Lee Rocker por sua vez é igualmente selvagem e os dois quase chegam muitas vezes a trocarem tapas. “Brian precisa aprender a ser menos genioso. É um bom compositor, mas não é o dono dos Stray Cats. Eu não sou empregado dele”, disse certa vez Lee. Slim é o mais calmo dos três e acaba casando com a ex-senhora Rod Stewart e atriz, a sueca Britt Ekland. Brian, por sua vez, é convidado para tocar por estrelas do quilate de Bob Dylan e Steve Nicks, além de participar do projeto Honeydrippers, de Robert Plant. Em 1984 o grupo convoca Tommy Byrnes para ser o segundo guitarrista e baixista, mas a paz já não existe mais e Brian oficialmente dissolve a banda. “Não há mais tesão entre nós três, o melhor é cada um tomar seu caminho”, disse Brian. Lee e Slim não perderam tempo e convidaram o guitarrista Earl Slick, que tocava com David Bowie para formarem uma nova banda. Batizada com o criativo nome de Phantom, Rocker & Slick lançaram um disco meia-boca, que inclusive chegou a sair por aqui. A idéia era seguir o mesmo caminho dos Stray Cats, mas as composições e o carisma de Brian fizeram muita falta. Brian, por sua vez, lançou em 1986 seu primeiro disco solo, o elogiado The Knife Feels Like Justice. Quando todos pensavam que o grupo já era passado, os três se voltaram a conversar e a ensaiar novamente. O resultado acabou sendo um novo disco ainda em 1986: Rock Therapy. Mas as vendas foram baixas e as críticas negativas e o grupo resolveu dar um tempo, de novo. Brian começou uma carreira paralela que lhe renderia vários trabalhos: o cinema. Ele participou de várias trilhas sonoras sejam com o grupo ou mesmo em incursões solos. E Setzer começou em grande estilo... o primeiro teste foi encarnar o ídolo Eddie Cochran no filme La Bamba. E deu show tocando (de verdade, sem dublar), o clássico “Summertime Blues”, de Cochran. Em 1988, lançou Live Nude Guitars, mas os integrantes nunca sumiram da vista um do outro. Brian disse que foi uma grande alegria poder viver, mesmo que por pouco tempo, como Eddie. “Eddie foi a minha maior inspiração desde o início. Fiquei muito feliz quando me convidaram para o papel.” Mas Lee, Slim e Brian não se perdiam de vista e viviam pensando em um retorno. Sendo assim, em 1989, se encontraram no clube Ritz em Nova York para se divertirem. Viram que a velha química ainda existia e pronto: lançaram mais um disco, em abril, Blast Off. O disco mostrava um som um pouco mais pesado e trazia como destaque a faixa “Gene and Eddie”, uma homenagem a Gene Vincent e Eddie Cochran, dois maiores ídolos da banda. O grupo já vinha tocando junto desde janeiro do mesmo ano e seguiram assim até o final de 1990. Nessa turnê abriram alguns shows para Stevie Ray Vaughan, que decolava rapidamente em uma brilhante, porém, breve carreira-solo. Mas o disco teve baixas vendagens e acabaram sendo dispensados pela EMI. Fora da gravadora, receberam um convite do músico e renomado produtor Nile Rodgers para gravarem mais um disco e, em 1990, é lançado pela Liberation, Let’s Go Faster. E, mais uma vez, o velho companheiro e fã Dave Edmunds chama o trio. O resultado é que lançam, em 1992, um novo trabalho, chamado Choo Choo Hot Fish. E no ano seguinte é editado um álbum de covers, Original Cool. Mas eram apenas uma pálida sombra do que já haviam sido no passado e resolvem novamente se separarem. Brian resolve então realizar um antigo sonho, montar uma big band e realizar alguns discos de swing, que era o ritmo popular antes do advento do rock and roll. Com a Brian Setzer Orchestra, parece reencontrar o prazer de tocar e se apresentar ao vivo. Lança excepcionais discos no estilo, sendo o melhor deles, The Dirty Boogie, de 1998. Ainda em 1998 se reúnem para uma homenagem ao falecido Carl Perkins, no House of Blues, em Los Angeles, tocando 21 músicas. Carl havia morrido no dia 19 de janeiro aos 65 anos e havia visitado os Cats em 1984, tendo feito inclusive uma jam que acabou não sendo lançada. Brian começa uma bem sucedida carreira em trilhas sonoras dos estúdios Disney e de alguns filmes comerciais. Mas a saudade de tocar o velho rockabilly falou mais alto e em 2003 o grupo se reuniu novamente para uma série de shows. Brian explica o motivo para a volta em uma entrevista que deu no dia 23 de fevereiro de 2004. “O motivo da nossa volta é que queria voltar a tocar na melhor banda de rockabilly do mundo e achei muito bom que tenham agendado essa turnê pela Europa, já que é a primeira vez que muitas pessoas poderão nos assistir. Estou muito ansioso e louco para tocar o bom rockabilly na melhor banda do mundo.” Discografia Straycats (1981) Gonna Ball (1981) Built For Speed (1983) Rant n' Rave (1983) Rock Therapy (1986) Blast Off (1989) Let's Go Faster (1990) Choo Choo Hot Fish (1992) Original Cool (1993) Lonesome Tears (2003) Coletâneas The Best of the Stray Cats: Rock This Town (1990) Back to the Alley: Best of the Stray Cats (1991) Let's Go Faster (1991) Greatest Hits (1992) Stray Cat Strut (1992) Story of the Stray Cats (1994) Rock This Town (1995) Archive (1996) Original Cool (1996) The Best of the Stray Cats (1996) Runaway Boys: A Retrospective '81-'92 (1997) Runaway Boys (1997) On the Tiles (ao vivo, 1998) The Best of the Stray Cats (1998) Live (1999) Struttin' Live (1999) The Best of Stray Cats (japonesa, 1999) Greatest Hits (2000) Hollywood Strut (2000) Rockabilly Rules (ao vivo, 2000) Feline Frisky (ao vivo, 2001) The Best of Stray Cats (2001) Extended Versions (ao vivo, 2002) Forever Gold: The Stray Cats (ao vivo, 20002) The Best of Stray Cats (2003)

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